A detecção de movimento é uma das principais ferramentas que se utiliza e vende para usuários de sistemas de monitoramento. Mas é realmente o que entendemos por movimento, aqui definido como algo ou alguém em movimento, que é detectado por estes sistemas ?
Para responder esta pergunta é preciso primeiro definir o que deverá ser entendido como movimento. É nesta hora que instaladores iniciantes e clientes caem na primeira armadilha. Com o compreensível entendimento de que quando se aplica o termo movimento estão se referindo à alguém ou algo movido por decisão de alguém, muitos não fazem ideia que não é este o parâmetro utilizado e por vezes tem frustrações nos resultados de seu sistema.
A “detecção de movimento” nos sistemas de monitoramento é feita através da comparação entre imagens. Uma câmera captura diversos frames, também conhecidos como quadros ou foto, por segundo. Durante este processo o sistema de monitoramento realiza uma comparação entre cada um dos frames, identificando se há alguma diferença entre cada ponto (pixel) de cada destes frames.
Como pode ser constatado nestas duas imagens de exemplo a única diferença entre uma e outra é a iluminação que na segunda se apresenta sobre a parede ao fundo da imagem. Não há objetos se movimentando ou pessoas passando. Entretanto o sistema detectou que as imagens não são idênticas e portanto “há movimento” que determina a gravação.
A segunda armadilha da detecção de movimento é acreditar que porque o sistema detecta alterações entre imagens o usuário ou instalador tem que simplesmente aceitar e contar com gravações que mostram alterações nas luzes, pássaros passando ao longe e outros tipos de mudanças sem que se possa fazer nada para tratar estas gravações desnecessárias para quem deseja tão somente a gravação mais objetiva de suas imagens.
Todo aparelho que se destina a captar e gravar estas alterações possui ajustes que permitem determinar a sensibilidade com a qual o sistema irá tratar tais alterações nas imagens. Ao aumentar a sensibilidade o sistema exigirá menor número de pixels (pontos) alterados para interpretar que há uma alteração que deva ser tratada como “movimento” e ao diminuir a sensibilidade maior será a área que deve ser alterada para que o sistema entenda como “movimento”.
AJUSTES DO SISTEMA DE MONITORAMENTO SEM DESPERDÍCIO DE ESPAÇO EM HD
A melhor forma de ter um sistema que atenda as necessidades de usuários de sistemas de monitoramento na captura de imagens por movimento é realizar ajustes de sensibilidade para cada um dos canais de captura de imagens.
Para realizar qualquer adequação das configurações é imperioso que se tenha a correta ideia do que o cliente ou usuário deseja como resultado em cada um dos canais. Desta forma é recomendável que seja feita uma pequena reunião entre instalador e cliente de forma que possam ser apontadas para cada câmera instalada as expectativas de detecção de movimento e outros aspectos como ajustes de imagem para a área desejada.
A detecção deve ser ajustada com o auxílio de objetos de tamanhos adequados e pessoas que deverão ser movidos diante das câmeras para que o instalador possa ajustar a sensibilidade, aumentando ou diminuindo conforme a necessidade. É nestes ajustes que há uma terceira armadilha para o instalador inexperiente e o usuário iniciante. Na tentativa de diminuir as gravações desnecessárias o instalador ou usuário diminui a sensibilidade de forma que pequenos animais ou objetos deixem de provocar a gravação. O que eventualmente é esquecido é que um objeto ou pessoa que fique por tempo suficiente parado na imagem passa a fazer parte do quadro inalterado da imagem e não dispara mais a gravação. O tempo que é necessário para que um objeto ou pessoa seja incorporado à paisagem é definido pelo período de pós gravação, período que o sistema continua gravando após detectar que não há mais alterações na imagem, escolhido pelo instalador ou usuário. Como reduzir a sensibilidade aumenta necessariamente a área a ser alterada para que se dispare a gravação existe a possibilidade que em determinadas situações o dispositivo deixe de gravar uma determinada ação que por princípio o cliente ou usuário desejavam ter gravados. Isto ocorre muito comumente em áreas aonde pessoas tenham suas estaturas reduzidas como por exemplo escritórios.
Uma pessoa ao adentrar à uma área que seja monitorada em um escritório e sente-se em uma mesa terá a sua estatura diminuída e a não ser que faça movimentos exagerados com os braços e mãos pode passar a ser ignorada pelo sistema de monitoramento a partir de um determinado tempo. Um digitador em uma sala em que o canal tenha sido configurado para gravar por detecção de movimento e a sensibilidade seja baixa pode passar por todo tempo que estiver na sala sem ser gravado e só sua entrada e saída seriam registradas.
É muito importante que as decisões sobre a detecção de movimento tenham participação direta do cliente / usuário e que todos os detalhes e consequências destas configurações sejam amplamente esclarecidas. A inobservância destes preceitos poderá acarretar na frustração do cliente / usuário que só perceberá a falha quando houver a necessidade de recuperação de imagens e não as encontrar por não terem sido gravadas.