COMUNICAÇÃO COM O SUPORTE TÉCNICO

Todo produto que carrega em si a necessidade de instalação para utilização deve contar com o manual de instruções, suporte técnico e assistência técnica adequados.

Níveis de Suporte

O suporte técnico normalmente é dividido em níveis distintos pelos fabricantes de acordo com a necessidade de conhecimento técnico sobre o produto a ser suportado. Estes níveis podem ser vários, mas o mais comum é que sejam 3 (três).

SUPORTE DE 1º NÍVEL
O mais comum é que o suporte de primeiro nível seja o de instruções e procedimentos. Responsável por orientar o usuário em como proceder a instalação do produto e resolver os problemas decorrentes de falhas neste processo de instalação. É ele, por exemplo, que lhe informa para verificar se o equipamento está ligado à tomada, conectado com o cabo de rede ou até se o usuário apertou o botão de ligar, verificando se as medidas previstas no manual de instruções de instalação do produto foram corretamente executadas.
Esta tarefa pode ser executada por qualquer pessoa que tenha o manual de instruções e uma lista de requisitos para o bom funcionamento do produto. Empresas que contam com equipes de suporte criam ou recebem dos fabricantes, listas de procedimentos e perguntas devidamente ordenadas em sequência de execução para a verificação de procedimentos de instalação e requisitos de funcionamento dos produtos. Os “atendentes” deste nível de suporte são treinados para adquirir o conhecimento técnico específico à sua tarefa e só. Muito raramente há o conhecimento técnico mais profundo sobre como o produto funciona realmente.

SUPORTE DE 2º NÍVEL
O 2º nível de suporte normalmente é ocupado por profissionais técnicos com conhecimento relativo ao tipo de produto que é o foco de sua atividade. Assim produtos eletrônicos tem pessoal com conhecimento técnico de eletrônica, computadores tem pessoal da área de TI, material elétrico tem conhecimentos técnicos de eletricidade e etc. Entretanto é importante ressaltar que o conhecimento técnico não está restrito à aqueles com formação técnica específica e não é incomum que profissionais que autodidatas que desenvolveram seus conhecimentos técnicos ao decorrer de sua vida profissional estejam presentes nestes postos.
A tarefa deste grupo é revisar todas as checagens feitas pelo suporte de 1º nível e realizar verificações técnicas sobre os parâmetros de instalação e funcionamento do produto.
Normalmente é neste nível de suporte aonde se detecta as reais falhas do produto ou de sua instalação que vão propiciar a execução dos termos de garantia ou não.

SUPORTE DE 3º NÍVEL
Este tipo de suporte é normalmente executado pelo próprio fabricante do produto e tem como tarefa encontrar as falhas que o 2º nível não foi capaz e executar desenvolvimento das devidas soluções e até sugerir a alteração do produto para evitar novos problemas decorrentes das falhas encontradas. Nesta equipe normalmente estão pessoal de desenvolvimento do produto, entre outros profissionais, com conhecimento técnico de formação acadêmica e laboratorial.

COMO PRESTAR UM BOM SUPORTE TÉCNICO ?

É evidente que quanto maior o conhecimento técnico do atendente, melhor será a possibilidade de um bom atendimento. Entretanto isto não é o suficiente. E porque ? Porque é preciso compreender corretamente, muitas vezes falando somente pelo telefone, o que o usuário do produto está tentando informar muitas vezes de forma muito superficial e equivocada.

E qual o segredo para prestar o melhor suporte possível ? O segredo é a LINGUAGEM. A comunicação é a chave de um bom suporte. E a comunicação muitas vezes não é feita somente pela fala, mas principalmente pelo gestual e apresentação de quem se comunica. Como o atendimento inicial normalmente é feito por telefone estamos limitados à palavra. E é realmente neste ponto que se percebe a dificuldade de comunicação.

Poderíamos citar milhões, literalmente, de exemplos aonde a falta de compreensão mutua de uma palavra com um mesmo significado é crucial para o sucesso ou fracasso de um procedimento, mas vamos ficar com um bem simples e que é capaz de ilustrar bem as dificuldades que devem ser sobrepujadas pelo suporte técnico.

“Atendente: – Suporte técnico, bom dia.”
“Usuário: – Bom dia nada ! Vocês me venderam um produto que não funciona !!”
“Atendente: – Por favor descreva o problema.”
“Usuário: – Essa porcaria não liga !!!”
“Atendente: – Verifique por favor se o LED indicativo de ligado está aceso.”
“Usuário: – Está ! Mas não tem imagem essa droga !
“Atendente: – Verifique se o cabo de vídeo do aparelho está ligado, por favor.”
“Usuário: (Desliga o telefone)”.

Evidentemente o exemplo acima mostra um cliente impaciente e que não seguiu as orientações do manual de instalação do produto. Um quadro comum mas que não é generalizado. Entretanto o importante é a compreensão do que foi dito. O cliente associa a palavra ligar à exibição de imagens no produto, ou seja, ele não usa a palavra com o significado que ela tem.

O profissional que trabalha com atendimento ao público e presta o suporte precisa ter completo conhecimento do passo a passo da instalação do produto com que trabalha como também os requisitos técnicos que são necessários para que o mesmo funcione corretamente. É imperioso que o suporte ao ouvir do usuário um termo (palavra) mentalize automaticamente todos os procedimentos necessários para que aquilo que o cliente lhe informou tenha se realizado. Então, usando o exemplo acima, ao ouvir que o aparelho “não liga” o suporte deve seguir os passos necessários para que o produto ligue, de acordo com o manual de instruções do fabricante, de forma inversa. Assim, no exemplo acima, tendo executados os passos corretamente, o cliente teria imagem no produto. Esta é a verdadeira reclamação. Ele não tem. Passa-se ao passo imediatamente anterior. E segue-se neste procedimento até encontrar aquilo que não foi feito ou foi feito de forma equivocada.

Quanto mais detalhado for a checagem mais sucesso neste primeiro atendimento se obtém. É recomendável que o atendente de suporte siga o mesmo check-list que um bom técnico de instalação ou manual de instruções deve ter. A indicação de seguir na ordem inversa tem por objetivo partir do mesmo ponto em que o usuário ou cliente está. Assim se houverem perguntas sobre o que foi feito a probabilidade do cliente lembrar de forma mais clara e detalhada é maior.

CONCLUSÃO

Se você é usuário ou cliente e vai entrar em contato com o suporte técnico tente ser o mais claro possível. Use as palavras com o sentido que elas tem. E, principalmente , descreva TUDO o que foi feito. Mesmo que errado. Muitas vezes a solução do problema é simples e o suporte é levado a tomar uma série de procedimentos desnecessários porque lhe foi descrito algo que não é a verdade. Você perde tempo, ele perde tempo e seu problema leva muito mais tempo para ser resolvido.

Se você é profissional da área de técnica e precisa dar suporte aos seus clientes acostume-se a pensar de forma detalhada no que realiza. Memorize cada detalhe e ao tratar com seu cliente preocupe-se em primeiro lugar com a comunicação. Se faça entender e quando uma descrição lhe for feita tenha em mente todos os passos que levaram até aquele ponto e tudo que foi necessário para executá-lo. Aprimore seus conhecimentos técnicos e seu vocabulário.

CÁLCULO DE CABEAMENTO

Nos acompanhamentos que fazemos das redes sociais nos diversos grupos voltados para a área de segurança eletrônica uma pergunta constante é:
“- Qual cabo devo usar para alcançar determinada distância com alimentação correta para a câmera ?”

Este é um exemplo prático que aquela velha frase que você ouvia na escola dizendo “eu nunca vou usar isso lá fora” não poderia estar mais errada. E por isso é preciso voltar aos bancos da escola, mais especificamente às aulas de eletricidade do professor de física.

Mas nós entendemos que alguns podem não ter tido esta oportunidade e outros já não se lembram com clareza daquilo que foi ensinado. E é com este intuito que vamos compartilhar aqui uma planilha que confeccionamos para realizar o cálculo de cabeamento em projetos. A planilha é componente de uma pasta em que fazemos todos os demais cálculos para realização completa de um projeto de CFTV e que distribuímos no treinamento DO PROJETO À PRÁTICA que ministramos eventualmente.

O documento prevê o cálculo para até 16 cabos em até 20 andares. Alcançamos o cálculo de até 320 cabos.

ALERTAS

1 – Este tipo de ferramenta é útil para qualquer um que saiba como utilizá-la e como os cálculos são feitos. É uma ferramenta de auxilio e NÃO DEVE ser levada como substituto do conhecimento técnico necessário, sob nenhuma hipótese. É tão somente um facilitador que desenvolveu-se para não fazermos contas repetidas vezes e acelerar o processo de apresentação de uma proposta de serviço.

2 – Esta planilha usa parâmetros para circuito elétrico MONOFÁSICO ! E NÃO DEVE ser aplicada sobre sistemas distintos deste.

COMPREENDENDO AS INFORMAÇÕES

Vamos explicar o preenchimento correto da planilha e o significado dos campos.

Resist. Cobre (Resistividade do Cobre) – É o valor apresentado como fator de resistência ao fluxo de corrente elétrica. Este campo é vedado para alterações e contém um valor fixo estabelecido por normas técnicas.

Queda de Tensão (%) – É um percentual estabelecido em norma. Adotamos o valor que é mais rígido para garantir que a tensão desejada seja a que vai ser alcançada.

Total Cabeamento – É um campo de somatória que totaliza o comprimento de todos os cabos calculados. Evidentemente só servirá como parâmetro se o projeto for satisfeito em suas necessidades por um mesmo tipo de condutor.

Distância Comum – É a distância entre o ponto aonde todos os cabos se unem para então, a partir dali, seguirem para os equipamentos. Exemplo: Todos os cabos do sistema que você está projetando vão até um quadro vindo de vários lugares diferentes, deste quadro até os equipamentos seguem todos juntos. Esta é a distância comum que todos terão que percorrer. Mesmo em projetos aonde não há quadros, sempre existe um ponto aonde os cabos se unem.

Pé Direito – É a altura do andar que está sendo calculado.
Importante: Se a sua distância comum já considera o pé direito do andar aonde ficam os equipamentos o valor a ser preenchido é 0 (zero).
Obs.: Como o documento só considera 16 dispositivos por andar, aqueles projetos com quantidades maiores podem usar o “andar” seguinte bastando informar o pé direito igual a 0 (zero).

Dist. (Distância) – É a medida entre o ponto de saída do cabo no andar até a posição do equipamento.

Tam. (Tamanho) – É a somatória de todas as distâncias informadas para aquele ponto. De uma forma mais simples é o comprimento do cabo para aquele ponto.
Obs.: Eventuais “folgas” devem ser acrescidas nas medições.

AMP (Amperagem) – É o valor total de corrente exigido pelo(s) equipamento(s) que vão ser empregado(s).

VOLT (Voltagem) – É o valor total de tensão exigido pelo(s) equipamento(s) que vão ser empregado(s).

BIT (Bitola) – É o valor calculado que o fio deve ter em seção transversal para atender os requisitos de Amperagem, Voltagem e distância a serem satisfeitos. O campo é arredondado para a segunda casa decimal.

CONCLUSÃO

O documento não tem a pretensão de abranger todas as situações possíveis. Tão somente o mais cotidiano. Com raciocínio e boa vontade ele pode lhe ajudar muito.

Utilize com sabedoria.

LEMBRETE: O documento é uma ferramenta de auxílio e NUNCA deve substituir o conhecimento de como chegar aos mesmo resultados.